terça-feira, 21 de junho de 2016

INAUGURAÇÃO DO 3º ANEL




5 de outubro de 1960, há 56 anos. Cumpria-se um sonho de décadas dos adeptos e do clube encarnado. Era inaugurado o terceiro anel do Estádio da Luz que quase duplicou a lotação do recinto, se tornou numa espécie de entidade mística, e acabou por ser um amuleto para uma campanha de glória.

As obras começaram a 25 de Agosto de 1958 e para comemorar o feito o Benfica organizou um festival de futebol. O presidente Vieira de Brito iniciou as festividades conduzindo a escavadora que iria abrir o primeiro buraco das obras. E houve ainda música por parte do rancho infantil da Chamusca e a atuação da Marcha de Campolide.
 
Quando foi construído o estádio tinha lotação de 40 mil espectadores. O terceiro anel, que na altura era apenas num das bancadas, aumentou a capacidade para 70 mil. Em 1985, com a expansão do terceiro anel a todo o recinto, a Luz passou a poder albergar 120 mil pessoas, tornando-se então no maior estádio da Europa.
 
Mais um círculo no Inferno
 
Mas voltemos a 1960, ao tal dia 5 de outubro, em que o terceiro anel foi inaugurado. O estádio engalanou-se para a ocasião, mas não apenas por causa da bancada nova. A festa coincidiu com a receção do Benfica ao Hearts, da Escócia, em encontro da segunda mão da primeira eliminatória da Taça dos Campeões Europeus 60/61, aquela que os encarnados viriam a ganhar «sem espinhas», para surpresa da Europa.


Depois de uma vitória por 2-1 na Escócia, com golos de José Águas e José Augusto, o Benfica venceu em casa por uns claros 3-0. Os marcadores foram os suspeitos do costume: José Águas, que bisou, e José Augusto. A pré-eliminatória estava no papo, e o resto da competição também não escaparia.
 
Os húngaros do Ujpest Dozsa (6-2), os dinamarqueses do Aarhus (3-1) e os austríacos do Rapid Viena (3-0) foram os adversários seguintes. Na final, a equipa de Bela Gutmann bateu o Barcelona por 3-2 e arrecadou o primeiro dos dois títulos seguidos da mais importante competição da UEFA, prova até então sempre ganha pelos espanhóis do Real Madrid.

O terceiro anel, esse, viria a mostrar que era mais do que uma bancada, um aro de cimento onde as pessoas se podiam sentar. Aumentar a capacidade do estádio permitiu aumentar a quantidade de adeptos, a quantidade de apoio à equipa. O ambiente impressionava os adversários e criou a mística do «Inferno da Luz». Era o 12.º jogador, e «terceiro anel» passou também a ser o nome informalmente dado aos adeptos mais fiéis.


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